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segunda-feira, 21 de julho de 2008

A efemeridade da arte - de toda arte

"Cheguei mesmo a me perguntar se toda obra humana não é provisória - mesmo um quadro, mesmo uma estatua, mesmo uma obra arquitetural, mesmo o Partenon. Seja qual for a solidez do Partenon, o que resta dele é muito pouco e não temos nenhuma idéia do que era quando acabara de ser construido. Mesmo o que resta vai desaparecer. Talvez se consiga, à custa de tanto colocar cimento nas colunas, mantê-lo por cem anos, duzentos anos, digamos quinhentos anos, digamos mil anos. Mas, enfim, chegará um dia em que o Partenos não existira mais. Pergunto-me se não seria mais honesto abordar a obra de arte sabendo que ela é provisória e irá desaparecer, e que, na verdade, relativizando, não há diferença entre uma obra arquitetural feita em marmore maciço e um artigo de jornal, impresso em papel e jogado fora no dia seguinte."

( Jean Renoir, entrevista dada ao Cahiers du Cinéma, nº 8, nov. 1958.)

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