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segunda-feira, 18 de maio de 2009

Cazwell, o ‘Eminem gay’




Ele é branco, de classe média, homossexual e adora ser visto na companhia de drag queens. Apesar de as credencias apontarem a direção contrária, o americano Luke Cazwell, de 29 anos, é rapper. E graças às rimas ácidas, está sendo chamado pela mídia de “o Eminem gay”.

Sem preconceito, o MC recebe a alcunha de bom grado. “Bem, o Eminem é extremamente talentoso e tão bonitinho... Não me sinto ofendido com a comparação”, diz o rapper, que faz show nesta sexta-feira (1), na festa “Vai!”, no clube Glória, em São Paulo. “Quando você é novo, as pessoas tentam te colocar um rótulo, dentro de uma mesma caixa”.

Pensando nessa linha, Cazwell realmente pertence à mesma “caixa” do colega hétero. Assim como as composições de Eminem, o conteúdo de suas músicas é explícito, polêmico e recheado de palavrões.

A diferença fica por conta da temática. Figurinha carimbada na noite de Nova York, o rapaz busca inspiração no universo das drags, dos inferninhos gays, no preconceito do qual é vítima, no mundo da moda, das celebridades...

O rap que fez Cazwell ultrapassar as fronteiras das baladas GLS foi “I seen Beyoncé at Burger King”, que fala sobre um flagrante fictício da musa curvilínea do hip hop em um dos templos dos hambúrgueres e das batatas fritas. “Beyoncé é a personificação da beleza e da perfeição. Seria muito bom poder vê-la se esbaldando com fast food, com cara de satisfação”, debocha.

O videoclipe da faixa, que traz uma Beyoncé transsex pedindo US$ 10 emprestado para deixar seu lanche mais farto, já teve mais de 700 mil acessos no YouTube. Apesar do sucesso, Cazwell ainda não esteve cara a cara com a inspiradora de seu maior hit. “Mas ouvi falar que ela amou a música e o clipe”.

Do rap, o loiro de olhos azuis cita apenas Notorious B.I.G. e Beastie Boys como influências. As outras referências são todas cheias de purpurina: Cyndi Lauper, Deee-Lite, David Bowie e Björk.

“Atualmente não tenho ouvido muito hip hop, mas adorei o disco da Jazmine Sullivan. Amo Lady Gaga, seria muito divertido poder trabalhar com ela”, diz ele, que lançou alguns singles e o álbum “Get into it” (2006) .

A falta de interesse pelas rimas dos colegas rappers talvez se deva ao preconceito dentro da cena, reconhecidamente sexista. “Tenho consciência de que não seria recebido de braços abertos por eles”, admite Cazwell. “Por isso me considero mais como parte da vida noturna e dos clubes. Não ser aceito no hip hop não tem sido um problema na minha vida até agora”, desdenha.

Em sua primeira vinda ao país, o MC faz planos de “aproveitar um pouco a noite, pegar um bronzeado e comer boa comida”. “Do Brasil só sei que é quente, os homens são excelentes e que é o maior pólo das cirurgias de implante de silicone”.

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