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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

ORLAN

www.orlan.net

O CORPO COMO OBRA DE ARTE

Em conferência no MAM, a artista francesa ORLAN, ícone da body art, fala sobre seu polêmico trabalho de modificação do próprio corpo

Conferência
21 de agosto, 19h
Casarão do MAM


THIS MY BODY... THIS IS MY SOFTWARE BETWEEN WESTERN CULTURE AND NON WESTERN CULTURE (Esse meu corpo… Esse é meu software entre a cultura ocidental e a cultura não ocidental). Este é o título que a artista francesa ORLAN escolheu para a sua conversa com o público soteropolitano, na Conferência que acontece no dia 21/08, às 19h, no Casarão do Museu de Arte Moderna da Bahia.

Na Europa, ORLAN (que assina assim, sem sobrenome e em letras maiúsculas) conquistou celebridade com seu controverso trabalho, usando o próprio corpo como parte dele. Ela levou a experiência de abordagem e estetização da própria imagem a níveis impressionantes. Através de cirurgias plásticas e de técnicas de body modification, a artista usa o corpo como suporte para seu trabalho e há décadas gera muita polêmica.

“A própria ORLAN define seu trabalho como uma coisa radical. Ela trata da transformação e utilização do próprio corpo de uma maneira muito ousada, que propõe uma fusão definitiva entre arte e corpo.” Afirma o artista visual Ayrson Heráclito, que na sua gestão como diretor de Artes Visuais da Fundação Cultural do Estado da Bahia incorporou a categoria body art nos editais da instituição.

Através da auto-referência e da auto-transformação (carnal art) - numa experiência diferente de egotismo - a artista busca usar o poder da arte (que, de alguma maneira, sempre “inventou” o corpo) para rediscutir o que entendemos como “natural” e como “belo” - conceitos que se transformam ao longo da história, tanto no campo das Artes, quanto da Filosofia. Muitos artistas se dedicaram a retratar o corpo humano e muitos outros se dedicaram obsessivamente à própria figura. ORLAN faz parte desse time.

A artista diz nunca ter se reconhecido diante de um espelho. Desde 1964 ela usa a própria imagem em fotografias e performances. Em 1990, ela realizou uma série de intervenções cirúrgicas para se transformar em um novo ser, inspirado em várias entidades femininas do ideário coletivo: Vênus, Diana, Europa, Psique e Monalisa. A idéia era chamar a atenção para a noção de beleza feminina construída no ocidente – muitas vezes, para o prazer do homem.

ORLAN aponta para o futuro: o pós-humano. Para tanto, toma o corpo (o dela e de outros) como o verdadeiro objeto da arte e o ponto de partida para as reflexões presentes em suas criações. ORLAN, ou “Saint Orlan” (Santa Orlan - nome que escolheu para um de seus “personagens”) é, na verdade, um alter-ego artístico. E ela sempre se separa dele para depois poder reinventá-lo, transformando-o em um auto-retrato radical, híbrido, uma auto-escultura.

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