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domingo, 20 de dezembro de 2009

Who's that girl? - Lady Gaga

Os seios em chamas, o encontro com a Rainha de Inglaterra, a bissexualidade assumida e os quilos de papel ensopados de escandaleira fizeram de Lady Gaga a maior artista pop de 2009. Mas quando se fala dela, não basta falar da música ou sequer da atitude em palco. Não, ela é muito mais do que isso. É uma artista de corpo inteiro (ela que o revela em doses bastante generosas) como há muito a pop não nos oferecia.


Inspirada no nervo camaleónico de David Bowie, na pose de "bad girl" da primeira Madonna e no glamour de sempre de Freddie Mercury, Gaga volta a pedir manchetes com a edição de "The Fame Monster". O segundo álbum lida com as questões da fama e sobretudo com o lado obscuro de uma fama que ela experimentou muito cedo. Ela diz-se obcecada com monstros (a fama é um monstro e é essa a grande metáfora) e com a decadência das celebridades.

Ela diz-se ainda inspirada pela pop melancólica e pelos encontros experimentais com a cena industrial e gótica. E diz que escreveu estas canções enquanto via espectáculos de moda sem som. E que a sua música encaixa bem nesses cenários com o glamour a rebentar pelas costuras (literalmente). Ela diz muito e também se diz preparada para o futuro sem deixar de fazer o luto pelo passado. E que é de tudo isto que trata o novo disco.

"The Fame Monster" é uma espécie de ópera pop com bola de espelhos. As letras estão carregadas de referências culturais e sociais (mas também pessoais) mais ou menos óbvias. O single de avanço, 'Bad Romance', trata do gozo que se pode tirar de uma má relação e também cita Alfred Hitchcock, Boney M e Depeche Mode. 'Speechless' é balada rock, regada por pianos classe de 70, que fala de relações abusivas. E em 'Telephone', Lady Gaga canta, ao lado de Beyoncé, que prefere a pista de dança aos telefonemas da pessoa amada.
Entre a homenagem às celebridades que morreram de forma trágica (Marilyn Monroe, Sylvia Plath e a Princesa Diana), em 'Dance in the Dark', e o hino à masturbação em 'So Happy I Could Die' ("I touch myself, can't get enough"), Lady Gaga até pode ser odiada por muito boa gente. O alcance e a diversidade da sua arte é que dificilmente poderão ser questionados. A música em 2009 rima com ela e, no deve e haver dos tops e do grande público, ela é a grande artista performativa do ano. É justo.

Texto encontrado na net de autor desconhecido

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